Enquanto o mundo agita e regurgita, eu não me enquadro em nenhum canto e procuro-me, gritando, de lume aceso na escuridão adensada das vozes que meus ouvidos não decifram se são amigáveis ou se são os demónios que nos acompanham na escuridão. É desse turbilhão que fujo, mesmo sabendo que não há saída, porque eu quis que ele me envolvesse, vendi-lhe a alma por cobiça de apanhar o fruto da árvore da verdade, que não esteve nunca ao meu alcance. Hesitações são espaços que minha alma lacunar foi deixando atrás de si, que formaram poços tão profundos onde neles me refugio inerte. A tristeza escorre como lava vulcânica em meio às arestas do pensamento que vou tecendo no fuso de minha roca quebrada e sem conserto. Não desejo pasmaceiras, nem mesmo ilusórias calmarias. Mas, houve a pausa...Quero gritar apenas a única verdade que vale a pena: a das mãos que se estendem para nos recolher o corpo desfalecido e a dos lábios que se aproximam para nos soprar na face o “dom” da vida, que, apesar de tudo, ainda em nós transpira.
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