Há tempo para tudo. São-nos dados momentos para sonhar, para idealizar o nosso conceito de perfeição, para nos definirmos e definirmos também um pouco os que nos rodeiam. Quando nos damos como prontos, pensamos em actuar, e voltamos a imaginar, a prever consequências imprevisiveis. E depois dizemos, fazemos, lutamos por concretizar o que tinhamos dado por certo e garantido, e choramos, revoltamo-nos por não ter sido bem assim, por as relações não serem definidas só por nós. Começamos a falar em amor, sem realmente sabermos o que isso significa porque o nosso amor é somente para com o nosso próprio eco vazio, por as nossas próprias concepções. Pondo a culpa no outro, falamos de mágoa, tristeza e muitas vezes até vingança. Ofendemos e consequentemente somos ofendidos, paramos e pensamos, queremos avançar no tempo, viver para lá do que aprendemos, sentimos que nada do que façamos nos leva a alcançar o tal sucesso já re-editado, premeditado. Sofrimento, dor, culpa, solidão, desilusão. Julgamos nunca mais sair do mesmo ciclo, da mesma repetição. Até que há alguém que nos mostra a verdade dos factos, nos abre o coração e nos faz ver a diferença do amor egoista, o grande abismo para onde ele nos leva. Aprendemos a dar, e não só esperar por receber. A viver um dia de cada vez sem ponderar muito, viver pela intuição. Deixamo-nos levar pelas asas do amor, como uma flor nasce para desabrochar, nascemos desta vez para amar e não para sermos actores nas nossas próprias vidas com os textos já decorados, com as palaras na nossa mente à espera de serem debitadas. Conciliamos as grandes perdas, com as grandes conquistas, sorrimos. Conseguimos, orgulhosamente aprendemos, somos felizes por fim.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.